sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Resumo - Os Lusíadas (CANTO III)

Da estrofe 1 a estrofe 5, antes de começar a narrar o que Vasco da Gama dissera ao rei Melindano, Camões pede ajuda à Calíope (musa da poesia épica), para que ela o inspire e o faça poder cantar as glórias de Portugal da forma “como merece a gente lusitana”:

Agora tu, Calíope, me ensina

O que contou ao rei o ilustre Gama

Inspira imortal canto e voz divina

Neste peito mortal, que tanto te ama

Na estrofe 6 se inicia o extenso relato da história de Portugal, que perdurará até a estrofe 89 do canto V. Em sua fala, Gama diz que primeiro tratará “da larga terra” e depois dirá “da sanguinosa guerra” (5). Assim, ao falar da terra, Vasco da Gama aborda o espaço geográfico da Europa, discorrendo brevemente sobre os principais países – assim considerados à época –, como a Itália, “a clara Grécia” que encanta “não menos por armas que por letras”, “a soberba Veneza”, “a nobre Espanha” que cria “belicosos peitos”, a Gália, etc. Em suma: “Todas de tal nobreza e tal valor/ Que qualquer delas cuida que é melhor” (18).

A partir da estrofe 20, fala especificamente de Portugal e de como ela teve a ajuda dos Deuses para seu sucesso: Cronos tornou a Lusitânia grande parte do mundo, erguendo um reino ilustre “cuja fama ninguém virá que dome” (20). Em seguida, Camões se destina a contar a história dos reinados e dinastias portuguesas, principiando com a história D. Henriques.

O conde Borgonhês D. Henriques, muito bravo e exímio guerreiro, conquistou a confiança do rei de Leão e Castela (Afonso VI) e, assim, “Quis o rei castelhano que casado com Teresa, sua filha, o conde fosse; E com elas das terras tomou posse” (25), ocupando o reino de Castela. Deste matrimônio nasceu D. Afonso Henriques, que herda o nome do avô. Passado alguns anos, quando o conde morre, Afonso encontra-se em “tenra mocidade”, pronto para assumir a liderança do reino.

Conta-se, entretanto, que Teresa, mãe de Afonso, assim não o permitiu, “dizendo que nas terras a grandeza do senhorio todo só sua era” (29). “E não vê a soberba o muito que erra/ Contra Deus, contra o maternal amor” (31). Afonso Henriques, por sua vez, não aceita a dominação da mãe e, “vencido da ira o entendimento”, vai atrás de seus direitos e mata Teresa. O rei Afonso VII, de Leão, decide vingar a morte da irmã Teresa e cerca o príncipe português. Afonso Henriques é então obrigado a reconhecer a supremacia do monarca hispano, mas consegue que o inimigo levante o cerco, prometendo-lhe vassalagem, pois Egas Moniz, fidalgo luso, oferece-se como fiador dessa promessa. Não tendo sida cumprida pelo príncipe Afonso Henriques, Egas Moniz, com sua família, apresenta-se ao monarca Afonso VII: “eis aqui venho oferecido/ A te pagar co’a vida o prometido” (38). Graças à fidelidade portuguesa, representada pela figura alegórica de Egas Moniz, o rei Afonso VII “vendo a estranha lealdade/ mais pôde, enfim, que a ira, a piedade” (40).

Em seguida, Vasco da Gama narra a batalha de Ourique, na qual Afonso Henriques e “o lusitano exército ditoso/ luta contra o Mouro que as terras habitava/ de além do claro Tejo deleitoso”. Afonso estava muito preocupado com esta batalha, pois “cinco reis mouros são os inimigos” e para um só português “cem mouros haveria”; até que Deus aparece para ele em sonhos, encorajando-o[1]. Auxiliado por forças divinas, a batalha irrompe e o português consegue derrotar o grande exército mouro: “uns caem meio mortos, e outros vão/ a ajuda convocando do Alcorão” (50). Esta vitória foi tão importante que Afonso Henriques modifica o brasão português: “aqui pinta no branco escudo ufano/ que agora esta vitória certifica/ cinco escudos azuis esclarecidos/ em sinal destes cinco reis vencidos” (53).

O canto segue mostrando as conquistas do rei Afonso Henriques, “o grão rei incansável”, “cuja usança era andar sempre terras conquistando” (68). Na estrofe 69, porém, percebemos a reviravolta que está por vir.

Mas o alto Deus, que para longe guarda

O castigo daquele que o merece,

Ou, para que se emende, às vezes tarda,

Ou por segredos que homem não conhece,

Se até’qui sempre o forte rei resguarda

Dos perigos a que ele se oferece

Agora não lhe deixa ter defesa

Da maldição da mãe, que estava presa

O fato de Afonso Henriques ter matado sua mãe faz com que ele, mais cedo ou mais tarde, sofra as conseqüências. O bem aventurado rei acaba sendo vencido e preso pelo exército dos Leoneses (é importante ressaltar a figura da Némesis, deusa do equilíbrio entre a ventura e a desventura que é citada neste trecho); Sancho, filho de Henriques, vai lutar para tirar o pai da prisão, mas é cercado em Santarém. O pai, sabendo disso, consegue fugir da prisão e salvar o filho. Até que Afonso, “quando tudo enfim vencido andava/ da larga e muita idade foi vencido” (83).

Os altos promontórios o choraram

E dos rios as águas saudosas

Os semeados campos alagaram

Com lágrimas correndo piedosas

Mas tanto pelo mundo se alargaram

Com fama suas obras valerosas

Que sempre no seu Reino chamarão

“Afonso! Afonso!” Os ecos, mas em vão

Passado algum tempo, Sancho morre e deixa como herdeiro Afonso II que, por sua vez, deixa como herdeiros Sancho II, “sempre ao ócio dado”, e Afonso III. Herdando a linhagem de Afonso III vem D. Dinis I. “Com este o Reino próspero floresce/ (Alcançada já a paz áurea divina)/ Em constituições, leis e costumes/ na terra já tranqüila claros lumes” (96). Os descendentes de D. Dinis são Afonso IV e Sancho III, mas quem assume o reino é Afonso IV, pai de D. Pedro I. Aqui conhecemos a linda história de Inês de Castro.

Em linhas gerais, a história se passa do seguinte modo: D. Pedro, viúvo de D. Constança, se apaixona por Inês de Castro e com ela tem três filhos. Os conselheiros de D Afonso IV, com medo de que estes filhos pudessem criar problemas para a sucessão de D. Fernando (filho legítimo de D. Pedro I), incitam o rei a eliminar a amante de D. Pedro. Capturada, Inês clama para que Afonso IV tenha piedade e que a mande para muito longe, ela e os seus filhos, mas que não a mate.

Queria perdoar-lhe o rei benino

Movido das palavras que o magoam,

Mas o pertinaz povo e seu destino

(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.

Arrancam das espadas de aço fino

Os que por bom tal feito ali apregoam.

Contra uma dama, ó peitos carniceiros,

Feros vos amostrais e cavaleiros?

Mais tarde, quando D. Pedro assume a regência, vinga-se da morte da amante, torturando dois dos assassinos dela e fazendo com que a corte portuguesa beijasse as mãos de Inês, já morta. Além disso, D. Pedro manda colocar Inês num trono para que ela seja coroada rainha (fato cuja veracidade não está comprovada).

O canto III termina narrando a respeito do “brando, remisso e sem cuidado algum” D. Fernando, filho de D. Pedro I, que “tomou” D. Leonor de seu marido e casou-se com ela. O “castigo claro do pecado” (139) (o pecado de cobiçar mulher alheia) de D. Fernando foi ter um péssimo reinado, no qual “esteve perto de destruir o Reino totalmente” (138).


[1] A aparição de Cristo a Afonso Henriques é uma lenda que de fato existe em Portugal

12 comentários:

  1. muito bom esse resumo me ajudou bastante a entender o canto 3 do livro me ajudando com o trabalho de português valeu

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  2. muito bom o resumo. me ajudou muito no trabalho de grupo de portugues

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  3. importante ressaltar que não é D. pedro I,e sim apenas pedro I

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  4. Eu só n entendi uma coisa, Sancho q morre n é o rei Afonso de uma doença??

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